quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Significado de Itália é: comida deliciosa.


14/08 - 40km – Acordamos cedo para atualizar o blog. Demorei umas 3 horas. Ainda na França, passamos pela cidade de Grasse (capital do mundo da perfumaria). Linda cidade no meio da mata, tem muito verde e uma vista maravilhosa do mar. Diocampamos numa mata perto da estrada. Se tudo der certo, amanhã chegaremos na Itália.
15/08 – 71km – O pedal hoje foi bem interessante, passamos por várias cidades lindas e ricas. Nice é uma delas, também no meio da mata. A praia estava lotada de gente. O mar mediterrâneo é lindo, nunca tinha nadado num mar tão azul. Pra quem curte uma praia bonita e badalada, vá para Nice.
Agora se você quer ver gente muito rica, vá para Mônaco, ao lado de Nice. Nas ruas só se vê Ferraris, Porsches e Lamborghinis, e eu que achava que só existisse Ferrari vermelha, vimos de várias cores. Quase não tem mais estacionamento para o tanto de iate que tem por lá, um mais top que o outro. Foi num desses iates que estava George, gente o George é a cara da riqueza. Estava dentro do seu iate que tinha seu nome estampado em dourado no barco. Vestindo uma camisa polo no estilo slim fit com sua bermuda sarja creme e um belo sapato de couro com detalhes em camurça, o cabelo impecável, louro, parecia que estávamos vendo um comercial da Giorgio Armani ao vivo. Uma pena não termos tirado foto de George. George é Mônaco em pessoa.
Tratamos de sair fora logo dali, quero nem imaginar o preço das coisas. Entramos na Italia. O litoral em época de férias fica intransitável. Achamos um camping e fomos empolgados perguntar o preço, 30 euros. O que? Você só pode estar brincando. Fomos atras de outro, estava lotado. Já era noite e não havia nenhum espaço para o diocamping. Então decidimos que iríamos ficar no próximo camping que achássemos pelo preço que fosse. Achamos um e estava lotado. Saímos desanimados e ao lado havia um pequeno parque com uma lagoa, opa, vai ser aqui mesmo. Fechou!

Grasse - França

Diocamping numa mata perto da estrada.

Nice - França.

Só de boa...

Olha a cor dessa agua. Mar mediterrâneo.
No verão as praias ficam assim em Nice.

Nice - França.

Mônaco - França.

O iate de George era esse ao lado.

Ciao Italia! 
16/08 – O primeiro contato com a Itália não foi muito massa, decidimos sair do litoral urgente. Seguimos para as montanhas. Visitamos Badalucco, nadamos numa linda lagoa. Passamos também por Montalto, a cidade fica na montanha, só tem velhinhos na cidade, tudo é muito antigo. Não tinha nenhum espaço plano para o diocamping, achamos um lugarzinho escondido no alto no meio das oliveiras. Tem oliveira por todas as partes nessa região. É muito engraçado, aqui todos dão tchau ao invés de olá, mas na real descobrimos que não é tchau e sim ciao (pronuncia tiao), difícil dar tchau no oi, huahauhuaha.
17/08 – 35km – O diocamping estava tão gostoso que ficamos enrolando um tempão, só curtindo uma preguiça fresca. Parecia até que sabíamos que teria 10 km de subida extrema. Descemos bastante e chegamos numa cidade medieval chamada Pieve di Teco. Arrumamos diocamping num local que parecia ser área privada.
18/08 – Não dormimos direito, é ruim achar que estamos no terreno de alguém, mas na real não era área privada, nos preocupamos atoa. Pegamos mais e mais subidas até encontrar um camping muito aconchegante no povoado de Nava. Tiramos esse dia para tomar uma cervejinha e ficar de boa.
19/08 – O dia amanheceu bem friozinho, ótimo pra ficar descansando, que delícia. Um senhor muito simpático nos convidou para almoçarmos com ele. Valério fez uma bela macarronada de frutos do mar, mamma mia, que maravilha. Ainda nos deu 6 garrafas de chá matte.
20/08 – 50 km - Niver do meu sobrinho lindo Raphael, te amo meu neném. Iamos embora, chegamos a arrumar as coisas, mas o camping tava tão bom que decidimos ficar. Uma senhora muito fofa preparou um spaghetti divino e levou pra gente, Luciana (se pronuncia Lutiana) ainda nos deu uma torta de castanhas que a cada pedaço era um gemido diferente, gostosa demais. Mais tarde Valério nos levou para colher funghi (cogumelos), e nos deu uma aula sobre funghis. Achamos 3 dos mais gostosos (mazza di tamburo). Aqui se come ele empanado. Comemos, e eu fiquei com vontade de comer mais uns 5 daquele. O amigo do Valério nos deus temperos e cerva pra gente preparar os outros cogumelos que colhemos. Depois de uma fartura de cogumelos dormimos cedão, bateu um sono sinistro. Dormir é uma das coisas mais maravilhosas da vida.
21/08 – 50km – Nos despedimos do Valerio querido, ele também estava indo embora. A dona Luciana ainda nos convidou para um café e outra torta dos deuses. Isso só provou o que esperávamos, Itália só tem comida deliciosa. Esse camping foi um dos mais legais, esse e o do Feliciano, na Espanha. O pedal de hoje foi 50 km de descida, nem suamos. Achamos um diocamping amplo e lindo.

Primeiro diocamping na Itália.

Thiago alimentando os patinhos.

Pelo caminho...
Badalucco

Lindo lago em Badalucco.
Lindo lago verde.

Montalto, a cidade dos velhinhos.

Pieve di Teco

Eu e ela, sempre juntas.

Diocamping na area "privada".

Dia de descanso no camping mais irado de todos.

Que lugarzinho gostoso, foi dificil sair daí.

Nesse camping tinha uns patinhos que apareciam toda hora pra comer, a gente engordou esses bichos viu.

Em busca do grande cogumelo.
Nosso professor Valério e Thiago procurando os cogumelos.

O momento da degustação.



Amigo do Valério, Sophia, Saide, Eva, Luciana, Thiago, Valério e Eu.






22/08 – 40km – Tentamos gravar o vídeo das dicas, mas não deu certo. O pedal foi devagar, sem muitas emoções. Achamos um rio ótimo para o banho e um diocamping top perto. Thiago fez um risoto de cogumelos e peito de peru que ficou maravilhoso.
23/08 – 47km – Niver da minha irmã Alê, mãe dos meus nenens, parabéns fofa. Passamos um noite muito tranquila. Começou a chover na hora que acordamos, aproveitamos para dormir até ela passar. O diocamping da vez foi debaixo da ponte, hauhahua. Mas era uma ponte tranquila, longe de cidade grande. Fizemos um gnocchi delicioso. Muito barato, em breve postaremos a receita e os valores nas dicas.
24/08 – 60 km – Niver do meu querido cunhado Clovis (o nome dele verdadeiro é Rodrigo e o apelido mais famoso eu não vou falar, se não ele me mata, huahauha). O pedal foi bem gostoso hoje, passamos numa casa antigona onde Napoleão se hospedou junto com sua tropa “Cascina Torre Garofoli”. Poxa era uma casa gigantesca e estava lá abandonada, sem restauração. Eu fiquei com vontade de entrar, mas esta fechada e jogada as traças, que dó. Na verdade a Itália toda esta abandonada, a impressão que temos é que todos abandonaram as coisas e saíram fora. As zonas industriais só tem fábrica abandonadas. Lindas casas que não são abertas por muito tempo. A maioria dos postos de gasolina não tem funcionários, tudo automático, sem contar os postos fechados. Dá dó de ver. O banho e o diocamping foi atrás de um posto, no milharal, de boa.

Diocamping com a sombra mais gostosa de todas.

Podemos dizer que já dormimos debaixo da ponte. Mas essa ponte era bonita e tranquila.

Detalhe da porta da Cascina, fiquei tentando olhar pelos buracos para tentar ver o que tinha dentro.
Estação de trem.

As cidades que passamos são tão antigas e tem tantos velhos que nas praças tem caixinhas de emergências contendo desfibriladores, ahuahuahuhauha.

26/08 – 24 km :/ - As paisagens estão ficando maçantes, só plantações e zonas industriais, quase não estamos tirando foto. Cicloviagem é massa demais, as missões diárias são: achar lugar pra tomar banho e lugar pra dormir. A dificuldade maior é banho. Quando conseguimos banho frio já é uma alegria extrema, saber que vamos dormir limpos. Agora achar banho quente é luxo demais, quase raro. Tomar um bom banho também é uma das coisas mais maravilhosas do mundo.
27/08 – 30km – Depois de 6 diocampings seguidos, precisávamos encontrar um camping para agilizar as coisas. Em Cremona achamos um. Muito legal essa cidade, muito antiga. Tem uma igreja imensa, linda. O pessoal usa muita bike, e só tem bike retrô, uma mais linda que a outra. Italiano gosta de um entulho. Esse camping que ficamos tinha um monte de trailler jogado. Da pra ver que tá fácil de arrumar, mas além deles não arrumarem, não venderem ou jogarem fora, deixam entulhado pro tempo estragar de vez. O camping era bonito, mas cheio de entulho, entulho antigo cheio de trepadeira em cima, não consigo entender. Por que não doam pra alguém, enfim, coisas de italianos.
29/08 – 30km – Conseguimos gravar as dicas pro pessoal que esta planejando fazer uma cicloviagem, em breve postaremos. Saimos tarde do camping, achamos um rio e diocamping bem selvagem, muito bicho, muito úmido. Onde quer que você esteja na Itália você vai ouvir os sinos de alguma igreja. Incrível!

30/08 – Uma coruja ficou caçando de madrugada pertinho da barraca, pensa numa bicha sinistra, grita pra caramba. Adoro corujas. Passamos por Brescia, cidade bem grande. Engraçado como estamos desacostumados de cidade grande. A gente fica meio perdido com tanto movimento, muita gente estranha, sem contar o transito, é bem estressante. Geralmente passamos rápido por cidades grandes. Arrumamos um bom diocamping perto da zona industrial. Itália é o paraíso dos diocampings.


Essa bike ficou irada!
Casas abandonadas italianas.

Thiago disse que eu fiquei com pose de Bear Grylls nessa foto.

O antigo e o moderno.

São Roque.
Diocamping bacana.


Trailler zerado jogado no canto pro tempo estragar. Tsc, tsc, tsc...

Cremona, só tem bike retrô.

Essa igreja é tão grandiosa que não deu pra pegar ela toda na foto.
Diocamping selvagem, detalhe dos passaros na esquerda.
Por do sol no diocamping selvagem.

Igreja em Brescia. Linda e poderosa. Tinha um cheiro muito bom. As igrejas italianas são muito grandiosas.

Fartura de milho, isso é que é riqueza.

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