09/12 - Chegamos no aeroporto 4 horas antes do vôo. Na hora de despachar as bikes, o responsável não queria liberar. Embalamos do mesmo jeito de sempre, com papel filme, nunca tínhamos tido problema. Mas o cara encrespou. Disse que só seria válido com a embalagem própria para bicicletas. No aeroporto não vendia. E onde é que vamos encontrar essa bosta uma hora dessa? Foi aí que os queridos nepaleses entraram em ação. Agilizaram caixas de papelão, sacos, e chama um aqui, chama outro ali. Mesmo sendo de cargo abaixo do que do chato que estava embarreirando, eles firmaram o pé, fizeram a embalagem e conseguimos embarcar. Foi só para finalizar e comprovar o quanto a gente gosta desse povo. Valeu galera!
Agora, analisando a foto abaixo, tirada pelo celular, deu pra perceber o quanto a gente foi zela. Olha o jeito que embalamos as bikes. Muito nas toras. Tudo bem a gente achou ruim do cara que quase embarreirou, imagina se tivéssemos perdido o vôo por isso. Quero nem pensar. Foi irresponsabilidade nossa, reconhecemos nosso erro e aprendemos a não ser mais tão zela. Mas que a gente continua achando ele chato, continua, hauauhuhua.
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A galera analisando a embalagem horrível que fizemos. |
10/02 - Chegamos as 4:00 da madruga na Malásia. Montamos as bikes e fomos rumo a Kuala Lumpur, a capital. Só não sabíamos que Kuala ficava a 80 km de onde estávamos. A gente crente que o aeroporto era na cidade, mas era muito longe dali. Sem dormir nada durante toda a madrugada, subimos nas bikes e fomos pedalar. Lembrei até da sensação que tinha quando ia para uma festa e ficava até de manhã. Bons tempos que tinha energia para isso. Depois de 25 km, encontramos um hotel para dormir, salgado o preço. O caminho até lá foi ótimo. A estrada é muito boa e com um acostamento bem grande. A vegetação é muito incrível, verdinha. Estamos loucos para explorar esse país. Ta prometendo. O calor daqui me lembra o calor do Rio.
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A diferença da embalagem dos nepaleses. Thiago pilhadão. Aeroporto da Malásia. |
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Linda estrada. |
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Procurando hotel, encontramos um bairro muito chique. |
11/02 - O segundo dia de pedal na Malásia foi muito gostoso. As estradas são impecáveis, com um acostamento enorme. Os motorista andam devagar e são totalmente respeitosos com os ciclistas, sempre dão preferencia para nós. Aqui parece até que não existe buzina. Nas estradas também tem várias motovias, isso mesmo, via exclusiva para motos. Seguimos por ela, paramos num posto para tomar banho e depois achamos um espaço verde lindo para dormir. Aliás, aqui na Malásia, 2/3 é de vegetação, ou seja 2/3 de diocamping. A noite foi tranquila e quente, mas muito quente, até tiramos a capa da barraca. Estamos seguindo rumo ao litoral, se afastando logo das grandes cidades. Acabou que decidimos nem passar pela capital.
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Motovias. Talvez seja perigoso para bike. Mas foi tranquilo. |
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Primeiro diocamping na Malásia. Thiago felizão com o quiabo na mão. |
Aqui na Malásia é assim:
você caminha e encontra um templo chinês. Anda mais 10 km se depara com um
templo hindu ou um templo budista. Mas o que mais tem aqui são as mesquitas islâmicas. A grande
parte da população é muçulmana. A gente vê mais muçulmano aqui do que na
Turquia. É impressionante a simpatia do pessoal, seja da religião que for. Te
cumprimentam com um lindo sorriso. Não se importam com a sua religião, antes de tudo procuram analisar em que podem ser útil, não julgam. Pessoas simples com os pensamentos muito evoluídos. As vezes fico lendo certas discussões religiosas no face e fico impressionada com o tamanho atraso do povo. É de arrepiar. Enfim, já estamos nos sentindo em casa. Aqui é
muito parecido com o Brasil, clima e vegetação.
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Mesquita. |
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Templo Chinês. |
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Templo Chinês. |
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Templo Hindu. |
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Templo Hindu. |
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Eu achei engraçado o detalhe da piroquinha do cavalo. |
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Templo Hindu. São lindos demais. Fico doida com tanta forma e cor. |
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Templo Budista. |
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Até uma igreja católica achamos. Com o nome da minha mãe. Demais! |
12/02 - Seguimos rumo ao litoral. Entramos numa região muito linda. Cercada de palmeiras gigantes, cheia de macacos. Diversas casinhas lindas, cheia de sombras, quintais frescos e aconchegantes, flores de diversos tipos. Inclusive, é aqui que tem a maior flor do mundo, meu sonho é encontrar uma dessa, pode pesar até 11 kg. Chegamos numa praia meio feia, maré super baixa, água marrom, nem rolava de entrar no mar. Mas o clima era tão bom, cheio de barraquinhas com vários rangos gostosinhos e baratos. Pessoas alegres que se esforçam para tentar se comunicar. Achamos um banheiro e por 1 ringgit malaio tomamos um delicioso banho. Fomos então procurar diocamping por ali. Decidimos
pedir espaço para diocampar na casa das pessoas. A primeira tentativa não deu
certo. O rapaz era muito simpático, mas disse que era área particular. A
segunda tentativa deu certo. Encontramos um restaurante muito bacana de frente
para o mar que batia um vento muito gostoso. Perguntamos para um senhor que
falava inglês se podíamos dormir por ali, ele sem nem pensar duas vezes liberou
fácil. O legal era poder usar o banheiro do restaurante a vontade. A noite foi
ótima, exceto na hora que várias formigas vieram me picar. Não sei se tem a ver
com a loção hidratante de mel que eu passei. Quando vi, a barraca estava lotada
de formiga. Tiramos todas, trocamos a barraca de lugar e dormimos felizes e
frescos.
As pessoas aqui não são tão
curiosas. Isso é muito bom porque as vezes a gente fica muito sem graça com
todo mundo olhando para nós, parecendo que somos alienígenas. Aqui, os poucos
que ficam olhando, chegam na gente, trocam ideia, descobrem o que querem e
pronto. Agora o que mais nos impressionou foi a boa vontade dos malaios. O que você perguntar, eles dão o melhor jeito de atender. Se não conseguem, passam para outra pessoa. É maravilhoso receber essa atenção. Deveria ser assim em todos os lugares do mundo.
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Que calorzinho bom. Fazia tempo que não usava uma regata. |
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Procurando diocamping. |
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Restaurante onde diocampamos. |
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Escrevendo no diário. |
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Vista do outro lado do diocamping. |
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Qualquer praia fica lindo com o pôr-do-sol. |
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Diocamping jóia. |
13/02 - Dia de pedal muito quente.
Sabe aquele calor que você não sente nem fome, só vontade de beber todos os
líquidos mais gelados do planeta? Esse dia tava assim. Fomos no mercado comprar
uma água gelada, quando vimos o preço, não acreditamos, 3,50 Ringgit Malaio. Se fosse
uma garrafa até que ia, mas a gente bebe muita água por dia, se pagarmos esse
valor em cada garrafa vamos falir rapidão. A gente tinha água, mas estava
morna. Thiago voltou indignado e não comprou a água. Eu morrendo de sede,
compreendi o problema. Seguimos pedalando. De repente Thiago vê uma palmeira
baixinha onde tinham vários cocos. Abrimos o primeiro e a água estava
deliciosamente refrescante. Estava na sombra então estava bem fresquinha.
Enchemos uma garrafa de 1,5 litros, duas garrafinhas de 500ml e mais 1 litro
que bebemos na hora. Não sei porque, mas sempre que a gente resiste a algo
tentador, que nos fará falta no futuro, aparece uma recompensa maior depois.
Isso foi só o começo desse dia fantástico! Depois dessa fartura de água de
côco, tomamos banho no posto e fomos procurar um diocamping. Achamos um posto e tomamos um banho. Aqui na Malásia, todo
banheiro tem uma mangueira dentro de cada cabine. Então a gente toma um ótimo
banho na maior privacidade. É uma mão na roda. Banho tomado, rumo a procura do
diocamping. Fomos em direção a praia, e na primeira via que entramos, chegamos
num restaurante/hotel. Era um lugar lindo, de frente para a praia. Vimos um
espaço perfeito para dormir. Não custava perguntar. Falamos com um rapaz, esse
chamou o dono e perguntamos para ele. Era um senhor, tinha uma cara fechada,
mas logo abriu um sorriso quando dissemos que éramos do Brasil. E sem hesitar,
deixou a gente se instalar naquele espaço. Ainda veio tirar várias fotos nossa.
Arrumamos as coisas e fomos cozinhar nosso humilde miojo. Sim, miojo, é o que está rolando de comprar. Legume e fruta aqui é extremamente caro, surreal. Ainda
estamos pegando a manha da comida. Mais tarde aparece um hospede e vem
conversar com a gente, Kisan. Nos convida para tomar um chá em seu bangalow com
sua esposa, a Liza. Papo vai, papo vem, o casal nos convidaram para jantar com eles num outro restaurante perto
dali. Ainda estávamos cheios do miojo mas aceitamos, lógico. Avisamos que íamos
apenas trancar as bikes e já voltaríamos para encontrá-los. No caminho entre o
bangalow e o lugar que íamos acampar, o pessoal do restaurante estava assando um
carneirão bonito. Pois foi só eles virem a gente passando e já montaram um
prato cheio de carne e salada. Gente, vocês tem noção disso? A gente pede para
dormir de graça num hotel, ainda ganha uma comida maravilhosa da família dona
do restaurante. Aí começou o dilema. O que a gente faz? Se comermos essa comida,
vamos ficar cheios para o outro restaurante. Decidimos embrulhar o prato e
guardar dentro da barraca para mais tarde. O casal nos levou para
comer peixe fresco e camarões, hum! Ja avisei logo que o Thiago não comia
peixe. Eles sugeriram um frango bonzão. O detalhe é que eles não comeram. Já
tinham jantado. Eles apenas quiseram nos presentear com um delicioso jantar,
assim, do nada. Ainda passaram em um outro lugar que vendia espetinho de frango
para a gente comer depois. Ainda demos um rolezão pela cidade. Eles são casados
há 15 anos e tem 6 filhos. Muito legal a relação deles. Foi uma noite
maravilhosa e inesquecível. Muito obrigada casal malaio. Muito obrigada família do hotel.
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3 litros de água de côco de gratis. |
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Mais um pôr-do-sol incrível. |
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Outra visão da praia. |
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Diocamping precioso. Obrigada demais, gente querida. Ah, os muçulmanos. |
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Liza, Kisan e nós. No restaurante. |
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No restaurante, você compra ração para alimentar os peixes que vão ser vendidos. Eles fazem uma zona. Espirram água para todos os lados. É uma guerra. Muito divertido. |
14/02 - O casal malaio Kisan e Liza, nos convidou para tomar um
cafe-da-manhã. Mas a gente já tinha comido o carneiro e o frango que não demos
conta de comer na noite anterior. É muito chato fazer desfeita. Mas explicamos
toda a situação, como eles tem costume de comer arroz, frango e peixe no
cafe-da-manhã, nós embrulhamos a comida e guardamos para o almoço. Nos deram
chá, suco, café, tudo para levar. Ainda ganhei um enfeite de cabelo lindo da
Liza. Nos despedimos e seguimos viagem. Que mundo é esse gente? Que galera
sangue bom! É inacreditável demais! To começando a achar que a gente já ama a
Malásia. Mas o Nepal ainda esta em primeiro lugar.
Seguindo pelo caminho
próximo a praia, já estava na hora de achar diocamping. O lugar, apesar de ser
mais isolado, tinha muitas indústrias. Seguimos por uma via e nada de achar um
bom diocamping. Decidimos então pedir para alguém deixar a gente acampar em sua
casa. Entramos num terreno onde tinham várias casas. Falamos com um homem, ele
disse que no terreno dele não tinha espaço e que era para falarmos com o irmão
dele, apontou a casa e fomos lá. Vimos um senhor e fomos falar com ele.
Explicamos que precisávamos de um pequeno espaço para montar nossa barraca e
passar apenas uma noite. O terreno era bem grande. A sorte é que ele falava
inglês. Aqui os mais velhos falam inglês, os jovens, só alguns. Ele entendeu e
perguntou se tal lugar estava bom. Dissemos que estava perfeito. Nessa, seu
filho, o Luqman, ficou com a gente o tempo todo, numa curiosidade louca. Ele
falava malaio o tempo todo e não se ligava que a gente não entendia. Mais
tarde, seu pai, Md Rashid, disse para colocarmos a nossa barraca na varanda da
casa. Perguntou também se queríamos tomar banho. Brincamos até não querer mais
com o Luqman. Ele é muito bonzinho e carinhoso. Não saia de cima de mim, só
faltou sentar no meu colo. Jantamos com eles numa esteira da copa estava ótima
para mim. para Thiago nem tanto, pois era um caldo de peixe. Mas ele comeu sem
reclamar, ele detesta peixe, mas naquela situação, não tem como fazer desfeita.
Ainda mais com pessoas tão acolhedoras desse jeito. Foi lindo, muito lindo. Ah,
os malaios...
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Nosso farto café da manhã e cara de sono do Thiago. |
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Foquem na comida, não no pé do Thiago. |
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No segundo café da manhã. |
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Parada para comer nossa marmita. |
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Procurando diocamping. |
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Luqman e seu sorrisinho lindo. |
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Md Rashid, sua esposa Shemah, Bbzão, Luqman e eu. A cara do Luqman ficou engraçada nessa foto, ahauhauha. |
15/02 - 16/02 - Pela manhã, Luqman foi pra escola, um colégio interno, passa a semana toda lá, me deu uma dózinha quando ele partiu, tão fofinho. Deixamos um relógio de presente para ele. O pai quase morreu de felicidade. Certeza que o Luqman vai adorar quando vir. Obrigada família querida. Vocês tocaram profundo o nosso coração. Logo depois que saímos vimos um animal gigante, um jacaré, perto do rio que nos acompanhou boa parte do trajeto. Quase morri do coração né. Como vamos acampar sabendo que tem jacarés naquela região. Na verdade não é jacaré, é um varano-malaio, é tipo um teiú gigante, eles são mó grilados, a gente tentava chegar perto para tirar foto eles saiam voados. Ufa!
Ficamos num hotel chinês descansando. O quarto do hotel parecia quarto de cadeia, muito feio. Porém estava tudo limpinho, lençóis cheirosos e o preço estava ótimo. Sem contar que vendia um shake de côco que pelo amor de Deus, o que era aquilo. Que delicia refrescante mais gostosa. Valeu por demais! O fato de aqui na Malásia ter muito chinês, faz a gente se sentir na China. Pois passamos por diversos bairros onde só tem chinês. São super simpáticos também. Mas são um pouco desorganizados. O comércio geralmente é feio, prédios velhos e mal cuidados, um pouco desleixado e sujo. Entramos numa loja de bike para comprar pastilhas de freio, desacreditamos. A loja parecia uma oficina mecânica da mais suja possível. Roupas novas totalmente empoeiradas misturadas com entulhos velhos e sem utilidade. Bikes novinhas jogadas as traças. Muita poeira. Panos sujos jogados por toda a loja. A mulher demorou uma era para achar as pastilhas, e encontrou apenas uma. Parecia que a loja estava abandonada há anos. Sinistro. Será que na China é assim também?
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Flor de lótus. É tão significativa porque uma flor tão linda floresce pela lama e o lodo. |
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Varano-malaio. Foi o máximo que conseguimos. |
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Nosso quarto de cadeia chinês. Com direito a gata prenha. |
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Eu não sei o que é mais feio, esse quarto ou a minha calça totalmente desgastada. Ela era preta, juro. |
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Shake da felicidade extrema. |
17/02 - Oito meses de viagem, uhuuuuuu! O dia tava bem quente, o pedal tava mais ou menos, meio chato. As paisagens bonitas estavam sem grandes novidades. Entramos numa cidadezinha em busca de diocamping. Encontramos uns quiosques zerados. Não funcionavam ainda. A parte aberta
ficava de frente para uma área verde. Então quem passava na rua via o quiosque
todo fechado. Atrás do quiosque não tinha muito movimento. Dentro, tinha uma torneira,
com água. Ao lado tinha banheiro. Rapaiz, que achado foi esse. Inventamos de fazer
bivouac (fala bivaque) que é dormir sem a barraca, só com o colchão ou saco de
dormir. Fechamos essa parte de trás, mas tinham uns mosquitos muito xaropes.
Não deixavam a gente dormir. E o fato do quiosque ficar fechado estava me
incomodando, não dava para ver o que estava rolando do lado de fora. Conclusão:
lá pelas 3 da madruga, decidimos abrir a porta e montar a barraca e finalmente
dormir. As vezes o esquema que parece ser perfeito, não é.
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Quando tiver em um país muçulmano. por favor não tome banho pelado na rua. Mesmo que seja escondido. |
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Quiosquinho maneiro. A noite é que foi palha. |
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Com a porta fechada. Mó agonia. |
18/02 - Pedalamos de boa e pá. Na hora do diocamping, avistamos um corpo de bombeiros. Nós sempre víamos fotos de cicloviajantes no corpo de bombeiros e queríamos também. Tentamos abrigo uma vez em Portugal, não deixaram. Outra vez na Itália, já era noite e estava chovendo, chegamos lá molhados e não deram a mínima. Mas aqui na Malásia, foi diferente. Entramos com as bikes e logo veio um senhor nos atender, Amil. Perguntamos se podíamos acampar por ali em algum lugar, ele deixou fácil. Disse que podíamos tomar banho também. Começou a chover sinistramente 10 minutos depois que chegamos, ele logo veio dizer para nós dormirmos na sala de reunião. Pronto! Agora temos fotos com os bombeiros heróis queridos malaios. Esse dia era véspera do ano novo chinês. Por vários lugares que passamos ouvíamos fogos de artifícios e bombinhas estourando, ganhamos vária mexericas também. Que legal! É nessa data que os chineses aproveitam para fugir da China.
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Incensos gigantes. Toda casa chinesa tinha um desse para comemorar o ano novo chinês. |
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Nunca tinha visto nuvens tão carregadas. Acho que vai chover. |
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Nossos heróis malaios. |
19/02 - Já que fomos tão bem
acolhidos no bombeiro, porque não tentar a polícia? Bora ver se os malaios são
gente boa mesmo. Falamos com o policial, ele ligou para o chefe dele que logo veio e ajeitaram a sala do arquivo para gente ficar. Ainda se desculparam dizendo que
não tinha nada melhor, olha isso gente. Cinco minutos depois que chegamos,
vimos mais 4 cicloviajantes andando pra lá e pra cá. Até que entraram na
polícia. Que massa! Eram dois canadenses e dois ingleses. A gente não entendeu
direito. Parecia que eles também queriam abrigo. O policial liberou o quarto e
o Thiago perguntou se poderia chamar a galera, eles disseram que sim. Thiago
chamou. O rapaz, o Nicholas já foi logo estacionando a bike. Mas acho que a
namorada Virginia e a outra mina que tava com eles, a Suzy não curtiram muito o
lugar. Acabaram não ficando. O policial jantou com a gente, acho que ele não curtiu muito a sopa. Fizemos nosso bivouac e dormimos bem! Confesso que
fiquei com medo de rato, mas não apareceu nenhum, ufa!
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Policiais muito bacanas. Galera legal também. |
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Com direito a dois ventiladores. Perfect. |
20/08 - Chegamos em uma cidade perto de Pulau Pinang, a ilha. Quando entra numa cidade grande fica dificil conseguir diocamping. Tentamos num instituto de veterinária, pois tinha um espaço verde bacana. O senhor da portaria, um velho super simpático, pediu mil desculpas por não poder ajudar a gente, mas não dependia dele. Achamos então uma delegacia de polícia. Tentamos, mas não rolou. Quase não tinha espaço e as coisas são bem diferentes na cidade grande, não são fáceis. Já estava escurecendo, entramos num templo hindú, também não foi permitido. Já era a noite e agente pedalando numa cidade imensa. O jeito foi ficar um hotel. :/
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Que vontade de reformar essa casinha linda. |
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Malaios radicais pela estrada. Um deles estava com uma capa tipo de super-herói. O outro com um lenço da bandeira do Brasil. Amam o Neymar. Aliás, quem no mundo não ama o Neymar? Que mlk famoso! |
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Mar de palmeiras. |
21/02 - Fomos para a ilha de Pinang
e de lá pegamos um barco para a ilha de Langkawi. Que lugar maravilhoso, um sonho.
Chegamos tarde já estava quase anoitecendo, a sorte é que a Suzy nos falou de um
camping baratinho, fomos direto pra lá. Depois de 33 km rodados a noite, achamos o camping, 10 ringgit por barraca, ou seja, menos
de 10 reais. Yes!
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No primeiro barco, indo para Pinang. |
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Pulau Pinang. |
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No segundo barco, indo para Langkawi. Preciso dizer que são indianos? |
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Langkawi. |
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A cidade é muito linda, toda arrumadinha. |
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Camping em Langkawi. |
22/02 - Curtimos uma praia, finalmente.
Quase não tinha gente, nem prédios. Fomos dar uma explorada nas outras praias,
mas fomos barrados por um segurança. Não podíamos passar dali, pois ali é praia
privada. Ihhhh! Como assim, que palhaçada isso, gente. Voltamos para a praia de
graça, tinha um quiosque bacana, tocando musicas boas, tomamos umas geladas e
ficamos de boa. Foi uma delícia.
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Explorando a região. Maré baixa. |
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Atrás do camping ainda rolava um riozinho. |
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Foto pulando para não perder o costume. |
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Preguiça em forma de cachorro! |
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Tá precisando de um bronze, heim fia! |
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Delícia essa praia. |
23/02 - Saímos da parte mais
isolada da ilha de Langkawi e fomos para a parte mais famosa. Confesso que
ficamos um pouco decepcionados. A ilha é maravilhosa, tem muita coisa
interessante para fazer. Se tiver dinheiro para isso. Tudo aqui é bem caro,
apesar de ter diversas lojas duty free. Para quem vai tirar férias e tem aquela
graninha a mais para gastar, eu aconselho a vir para cá. Mas para viajantes de
longo tempo, não tem muita opção. A praia mais famosa é lotada de gente. Só tem
sombra nos resorts. Fomos procurar uma praia mais deserta, mas é tudo dominado
por resorts. Até que encontramos uma placa dizendo: praia pública. Fomos até
lá, a praia é bem linda, mas a única sombra ficava perto de uma obra, um
resosrt que estão construindo. Em breve não será mais pública. Triste isso.
Saudades das praias lindas e acessíveis do meu Brasil. Mais tarde ficamos sentados na sombrinha de um hotel. Ninguém embarreirou.
Ficamos vendo o movimento e apreciando o espetáculo da natureza, o pôr-do-sol. Supremo!
Passamos mais um dia na ilha e no dia seguinte fomos para Tailândia!
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