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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Muito amor na Bósnia.

23/09 - Ainda na Croácia... Essa noite foi a mais fria da viagem. Pela primeira vez dormimos com os casacões. Entramos na Bósnia. Não rolou foto da placa, não tinha placa. Os policiais da fronteira são muito engraçados. Entramos pela cidade de Prnjavor, é uma cidade grandinha que parece pequena, parece um setor de chácara gigante, casinhas lindas, uma graça. Talvez moraria lá, se não fosse o frio extremo no inverno. Arrumamos diocamping no alto de uma montanha, esse dia rolou fogueira, assamos salsichas e comemos milho cozido. Que maravilha.
24/09 - As casas da Bósnia são muito caprichosas, muitas são bicolores, com cores fortes. Arrumamos um diocamping bem embaixo de uma árvore, protege bem do sereno, ficou bem quentinha a barraca.
25/09 - A noite foi tão boa que dormimos 13 horas seguidas. Sempre sonhei com isso. Em poder dormir bem e acordar quando bem entendesse. Agora somos donos do nosso tempo, foi a maior conquista de todas. Pegamos bastante chuva. Pedalar no frio já é ruim, na chuva então, é dose. Já era tarde e a chuva começou a engrossar. Montar a barraca na chuva não tem como. Avistamos uma casinha abandonada. Estava bem suja e feia. E nós agradecemos muito por ter encontrado ela. Havia teto e parede, nos protegeu da chuva e do frio, era o que precisávamos.

Primeiro diocamping na Bósnia com fogueira e tudo.
Pelo caminho.
Diocamping com proteção do frio natural.

Olha a cor dessa planta.

Tempinho feio, viu.

Por dentro da casa abandonada, brincando de fotografia.

E assim tivemos uma bela noite de sono.

Muito obrigada, casinha.

Ta vendo aquela casa grande e bonita? Passamos a noite na casinha da esquerda.

26/09 - Tivemos uma noite quentinha e gostosa. Pela manha fez frio. Isso tem me incomodado. As mãos ficam congelando, o nariz escorrendo e mesmo pedalando não esquenta. Sem contar que com esse frio não rola de tomar banho com a nossa ducha. Pegamos subida o dia inteiro. Uma galera que trabalhava numa madereira gritou pra gente ir tomar um suco, que meninos simpáticos, quanta gentileza.  Chegando numa cidade, perguntamos para um cara se ele sabia de algum camping, papo vai papo vem, perguntamos de podíamos dormir em sua garagem, sem pensar duas vezes ele deixou. Nos levou um colchão e um cobertor. As pessoas são assim, agilizam nosso lado ainda ficam nos agradando com o que podem. Assim que entramos na garagem começou a chover. Sorte!
27/09 - Acordamos cedinho, o cara levou café pra gente. Pena não ter dado tempo de perguntar seu nome e nem de tirar foto, chamamos mas ele não estava mais em casa. O frio é massa porque você se sente menos sujo. Mas depois de dois dias sem banho a sujeira começa a incomodar, era hora de procurar um hotel. No leste europeu acha-se hotel pelo valor de camping. Vimos um, estava fechado. Passamos por uma cidade e o outro hotel também estava fechado. Comecei a desanimar, não queria ficar mais um dia sem banho. Estava tristona, até que encontramos um hotel lindinho por 20 euros, pela segunda vez em quase 5 meses de viagem, ficamos num hotel. Tomar banho é maravilhoso. Ah, esse desanimo todo era TPM. Assim, ficar sem banho é ruim, mas não ao ponto de ficar triste né?

Cemitérios antigos, tinha um túmulo que datava 1885-1905.

Rapazes muito simpáticos. Vladimir, Lazo, Não lembro (não tem face) e Mladjen.

Republika Srpska é uma das duas entidades políticas em que está dividida a Bósnia, sendo a outra a Federação da Bósnia e Herzegovina. Copiei e colei mesmo.
Garagem para se proteger do frio.

É na casinha que o cara que nos acolheu mora. Obrigada viu!

Não tinha hotel nessa cidade. Linda mesquita.
28/09 - O conforto de um hotel é ótimo mas já estávamos com vontade de pegar a estrada. O pedal foi gostoso, o sol estava esquentando bem o couro. A gente reclama do calor quando o sol esta rachando, mas fica 3 dias sem sol pra ver. O sol é alegria. Não moraria em lugar frio de jeito nenhum. Estávamos a procura de um diocamping. Vimos uma fazendinha simples, decidimos ir lá pedir pra acampar. Tinha umas 4 casas, na primeira casa tinha uma senhora. Falamos com ela fazendo gestos, mostrando nossa barraca. Ela simplesmente estendeu o braço indicando que podíamos acampar em qualquer lugar. Gente, é impressionante como os bósnios são receptivos. Em momento algum ela nos olhou desconfiada, parecia que éramos conhecidos. Montamos nossa barraca e fomos preparar a sopa. O filho dela chegou, o Armin e como sabia um pouco de inglês foi lá descobrir de onde éramos, também foi nos chamar para dormir lá dentro da casa deles, acendeu a lareira e nos deu vários cobertores. Mandou o Armin fazer um café, acendeu um cigarro e ficamos lá no quarto, eu, Thiago e Semry, trocando idéia, isso mesmo, cada um no seu idioma, cada um se esforçando para se comunicar, foi muito legal. Que mulher bacana. Que filho legal. Quando na vida poderíamos imaginar que fossemos dormir na casa de uma família na Bosnia? É galera, é isso que a cicloviagem nos proporciona. Experiências maravilhosas, contato íntimo com as pessoas. Incrível demais.
29/09 - Pela manhã fez frio, mas logo o sol apareceu. O clima esta assim: amanhece com uma neblina forte e fria, depois o sol aparece e esquenta. Lá pelas 18:00 quando o sol se põe a friaca volta com tudo, depois volta a neblina e a madrugada é bem gelada. Entramos numa cidade e vimos as primeiras casas metralhadas da Guerra da Bosnia em 1992. Tenso. Tenso e triste. Muitas casas abandonadas. A Bosnia é lotada de cemitérios, por todas as partes, a maioria de muçulmanos. Existem muitos muçulmanos na Bósnia pelo fato dela ter feito parte do império turco-otomano do século XV até o século XVII.

A verdadeira ovelha negra.

Pelo caminho...

Thiago, eu, Semry e seu doguinho.

Esse é o Jamaica, mais um membro da fazendinha. Lindo.

Obrigada pessoas queridas!

Pelo caminho...

Primeira casa baleada que vimos.

Esse prédio foi arregaçado demais.
Cemitério muçulmano.
30/09 - Chegamos na cidade de Visoko. É lá que existem as pirâmides mais antigas do mundo. São três pirâmides: do Sol, da Lua e do Dragão. Sim, eu sei que você nunca ouviu falar, vou dar uma breve explicada. Em 2005 começaram a divulgar a teoria de que o morro então conhecido como Visocica se tratava de uma obra humana, sendo uma das pirâmides mais antigas do mundo, mais antigas que as do Egito, inclusive. A teoria partiu do escritor e metalúrgico Semir Osmanagic, arqueólogo amador nas horas vagas, ele descobriu que a pirâmide é revestida por um concreto bem antigo, levou a 3 laboratórios onde foi constatado que esse concreto é 3 vezes mais forte que o concreto que produzimos hoje em dia. Ele também descobriu uma rede subterrânea de túneis debaixo da pirâmide. A Pirâmide do Sol, como agora é conhecida, tem 213 metros de altura, sendo que a de Quéops no Egito tem 137 metros. O grande problema é que vários arqueólogos não acreditam nessa teoria e alegam que essa teoria surgiu para aumentar o turismo na Bósnia.
Bom, no momento a pirâmide esta coberta de vegetação, fomos lá e tem algumas partes escavadas. Realmente não parece que é natural, pois tem vários blocos de concreto e dá pra perceber que a parada é certinha com o propósito de formato de pirâmide mesmo. É muito antiga, cerca de 12.000 anos, deve ser difícil encontrar registros. A Pirâmide do Sol também emite energia pelo seu topo. Ah gente, eu acredito sim que é uma obra humana. É fantástica.
Fomos procurar hotel e encontramos um por 75 euros, há. Nunca. Já era de noite e nada de acharmos outros hotéis. Vimos um cara na rua e perguntamos pra ele. Ele pegou sua motinha e nos levou até um local, por uma subida muito inclinada, difícil ate de empurrar a bike. Chegando lá era um apartamentinho de uma família muçulmana. Pensa num ap arrumadinho e totalmente aconchegante, parecíamos que estava na casa da avó. Tinha quarto, sala com tv e cozinha por 20 euros. Que delícia. Detalhe que ficava no pé da Pirâmide do Sol.


Foto adquirida na internet.

Nos energizando.

Várias camadas de concreto.
Tentamos subir até o topo, mas tava um lamaçal e era muito inclinado. Tava esperando o Thiago escorregar para tirar uma boa foto. 
Cicloviajante também tem seus dias de conforto.


Medo desse olhar, ainda com a faca na mão. Hhuauahua

Só conseguir fotografar uma das pirâmides.

Que cadela linda, quase peguei ela pra mim.





01/10 - Chegamos em Sarajevo. A primeira coisa que vimos foi o cemitério. Nunca vi um cemitério tão grande, é um mar de túmulos, 80% de muçulmanos. Em Saravejo deve ter uns 15 cemitérios, no mínimo. Passamos por uns 10. A maioria das casas tem vestígio de balas, as que não tem é porque foram reformadas. A cidade é toda grafitada. É uma mistura de casas antigas, baleadas e grafitadas, parece estranho mas é lindo. A noite é super badalada, com vários bares de todos os tipos, muitos turistas mas nada muito bombado de gente, é bem tranquila e bonita. Muito hostels baratinhos, pagamos 8 euros por pessoa. Não tivemos nenhum estresse de cidade grande.
Vamos falar um pouco da guerra: como disse la em cima, bosnia fez parte do império turco-otomano do século XV até o XVII, quando foi conquistado pelo império Austro-hungaro. Sarajevo foi cenário do acontecimento que desencadeou a primeira guerra mundial, foi lá que o terrorista sérvio Gavrilo Princip assassinou o arqueduque Francisco Fernando ou Franz Ferdinand da Austria. Ele foi assassinado porque alguns grupos separatistas, principalmente o grupo mão negra o qual pertencia Gavrilo, queriam a formação da grande servia e a independência do império austro-húngaro.
Depois da guerra, a Bósnia foi anexada ao reino iugoslavo (agora é Sérvia e Montenegro) onde permaneceu até 1992. Nessa data a Bósnia declarou independência. Ao se separarem da Iugoslávia, sérvios-bósnios não queriam a separação, por isso aconteceu a Guerra da Bósnia que durou ate 1995 e foi financiada pelo presidente sérvio Slobodan Milosevic. Foram 200.000 mortos.
As tropas servias cercaram toda a cidade de Sarajevo, cortaram água, luz elétrica e comida. E da-lhe bombardeios. Os bósnios então, construíram um túnel embaixo de uma casa cedida por uma família. Esse túnel tinha 800 metros e chegava até o aeroporto onde a zona era neutra, controlada pela ONU. Então, esse túnel permitiu que os habitantes recebessem comida, armas e gasolina. Salvando muita gente. Demais!
Calma que a desgraça ainda não acabou. Em julho de 1995, aconteceu o Massacre de Srebrenica, foram mais de 8.000 bósnios muçulmanos mortos. Foi um dos eventos mais terríveis recentes, o maior assassinato em massa na Europa depois da Segunda Guerra Mundial. O General sérvio Ratko Mladic depois de atuar na guerra da Bosnia, simplesmente mandou exterminar os muçulmanos, da forma mais cruel possível: matando as crianças na frente de suas mães, estupros e corpos enterrados em valas qualquer, quando não eram enterrados vivos. Mladic foi indiciado por crimes contra a Humanidade, crimes de guerra e genocídio. Ele só foi preso em 2011, na Sérvia.
Aí a gente imagina: na Bósnia só deve existir pessoas infelizes e desconfiadas e o clima deve ser bem pesado. Não. Os bósnios são pessoas lindas, simpáticas, acolhedoras, gentis, humanas, simples e vivem muito bem, obrigada. Ninguém fala sobre a guerra, ninguém se lamenta por nada, eles superaram. O país é todo lindo. Nós amamos a Bósnia. Créditos para o meu amigo historiador Higor (Sangiv) que me ajudou a entender isso tudo. Valeu Sangivão.

Grafite e marcas da guerra.

Biblioteca de Saravejo em chamas, foi toda destruída, perderam livros valiosos e tudo o que tinha dentro virou cinza. Peguei a foto na internet.
A Biblioteca hoje, totalmente restaurada e linda.








E foi assim que a cidade de Saravejo ficou. Foto adquirida pela internet.

Triste imagem.

Casa onde fica o túnel. Haja importancia.

Dentro do túnel. Quanta coisa aconteceu por aqui heim.

A cidade toda foi cercada, em vermelho as forças servias.

02/10 - Dia de procurar a pista de bobsled. Sarajevo foi a cidade sede das Olimpíadas de Inverno de 1984. Tivemos que subir o morro e depois de subidas infinitas, encontramos. Não tem indicação nenhuma, quem quiser visitar tem que ir a luta, a Bósnia é largadona com o turismo, eu acho isso muito legal. Sempre quis conhecer lugares abandonados, sempre quis sentir a energia que se mantém nesses lugares. Fiquei imaginando como deveria estar aquele lugar nas olimpíadas, aquele clima de festa e alegria. Primeiro que eu nem sabia o nome desse esporte muito menos fazia idéia de como era uma pista. Só sei de uma coisa, ficamos numa vontade louca de poder entrar num carrinho desse e descer, sem medo de ser feliz. Como não havia carrinho muito menos gelo, nos divertimos com o que estava ao nosso alcance, descemos com as nossas bikes. Foi irado, fizemos até um video, ficou engraçado demais, mais abaixo vai ter o link. Antes de chegar na pista encontramos 3 casas totalmente metralhadas, e pela primeira e única vez vimos a tristeza no olhar de um bósnio. Um senhor que morava ali na região passou por nós, fez o gesto de metralhadora apontando para a casa, baixou a cabeça e foi embora. Deu dó demais.

Pela cidade.

Foi nessa casa que o homem triste passou por nós.


Aqui deveria ser a concentração das equipes ou os banheiros.

Pista de bobsled.

30 anos depois...


Tem grafite por toda parte.

Olha a altura que os caras chegam.

Imagina como deveria ser 30 anos antes. Tentei achar foto, mas não consegui.


Australianos.



04/10 - Niver do meu querido papi, Sergio. Parabéns pai, te amo. Depois de um dia de descanso ontem no hostel, sem nem botar o pé pra fora, era hora de partir. As vezes dá uma preguiça sinistra, na real o frio dá muita preguiça, só dá vontade de ficar deitado enrolado no cobertor. Mas esse conforto deixamos em Brasília e a nossa nova casa é a estrada, então, bora nessa. Arrumamos diocamping no terreno de um cara, um sérvio (vixe), heuheuue, mas nada a ver, pessoa boa também.

05/10 - Noite tranquila e quentinha. Pegamos muita subida para variar. Passamos por Pale. Arrumamos uma construção abandonada para dormir e foi nessa noite que passamos por terror e pânico. Calma mães, to só fazendo um suspense básico. A casa estava em construção e deu para perceber que as obras estavam paradas há um tempo, a grama estava cortadinha mas não tinha nada perto, com certeza o dono não se incomodaria de passarmos a noite lá. Tomamos nossa sopa maravilhosa e fomos dormir. De madrugada surge um dog gigante rosnando igual o capeta. Que rosnada horrível, parecia que ele ia estraçalhar alguém, no caso a gente. Quando não estava rosnando estava latindo, sem parar. Comecei a achar que pudesse ser o cão do dono do terreno que ele soltou de madrugada, o Thiago estava sonhando com hienas, acordou e viu que o rosnado não era apenas um sonho. Ficamos com um baita medo. Como não havia o que fazer, continuamos na barraca. Até que descobrimos a real treta. Nada mais era que um cachorro de rua protegendo seu precioso osso. Essa rosnada toda era com os outros cachorros que tentavam se aproximar. O latido era pra gente realmente, porque ele estava mais grilado com a gente do que tudo. E assim tivemos mais um experiência interessante, presenciamos o gueto canino. Não é fácil não. Nós e o dog na mesma situação com necessidades diferentes. Nós precisávamos do espaço para dormir, o dog para proteger sua comida, ambos com medo. No dia seguinte, levantamos com cautela, ele não estava mais lá. Começamos a arrumar as coisas, o Thiago foi la fora e viu um doguinho, que assustado saiu correndo. Ele também encontrou o osso, que na verdade era um par de chifre de alguma coisa. O medo da madrugada é foda. Ê vida de cão! Rimos...

06/10 - Falta pouco para deixarmos a Bosnia. Pegamos a estrada quando do nada acaba o asfalto e começa uma trilha, um caminho muito lindo entre as montanhas, com um lindo rio. Passamos por uns 20 túneis antigos e totalmente escuros, muitas minas ativas ainda. A segunda estrada mais legal que passamos. Foi uns 15 km de paisagem linda. Bosnia nos surpreendendo nos momentos finais. Acabamos ficando num hotel, era 30 euros, mas negociamos por 20. Precisávamos lavar as coisas e nos lavar também, tudo está com cheiro de mofo e os colchões com cheiro de xixi de gato (Pivete) que reviveu do nada. Lavamos tudo e tomamos aquele banho maravilhoso. 

07/10 - Quando pensa que não tem mais nada lindo para ver na Bósnia, ela deixa a paisagem mais linda pro final, pra você ter a certeza de que amou esse pais e para já te deixar com saudade. Desde ontem que o lindo rio nos acompanha, o Rio Lim. Mais montanhas por todos os lados. Estava tudo muito lindo até encontrar algo muito triste. O lindo lago se transformou num depósito de lixo velho. Toneladas e mais toneladas de lixo no lago. Casas lindas a beira do lago cheio de lixo nas margens. Adeus Bósnia, foi muito bom!

Palco do gueto canino.

Passamos por uns 20 túneis desse.


























Estava cheio de minas ativas, mas toda a região tem placas indicando.



Estrada de chão maravilhosa.























Nos lembrou os Picos da Europa, na Espanha.
Momentos finais na Bósnia.
Tava lindo demais pra ser verdade...


Ô tristeza!

Ultima cidade bósnia que passamos.

Último diocamping atrás dessa linda montanha. Perceberam que tem uma casinha na montanha?

Adeus Bósnia querida!

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